ainda não é ano-novo. mas tenho uma resolução. está decidido: assim que puder, vou comprar uma máquina de escrever.
você pode perguntar se eu não tenho computador, tudo bem, mas venho chegando à conclusão que usar editor de texto para escrever algo que vai ser revisado, reescrito etc. é a maior bobagem do mundo.
antes de mais nada, já me convenci que o melhor jeito de aprimorar um rascunho é imprimindo, lendo no papel, riscando o que há de errado e fazendo notas sobre o que tem que ser reescrito, mas com caneta, e não com um cursor.
adiante, o computador tem uma arma maldita, que te fode várias vezes ao dia, que é o delete.
não adianta. todo mundo já perdeu alguma coisa porque apagou, tentou fazer melhor, não conseguiu, e quando foi tentar dar 'ctrl + z' até voltar, não deu certo. comigo foram várias as vezes.
além disso, o monitor costuma me causar dores de cabeça após algumas horinhas de uso, e o mouse tá fudendo com o meu pulso direito. em breve não vou poder mais tocar guitarra, abrir a porta, tirar meleca ou qualquer outra atividade sem dar uma injeção de botox na mão antes.
fora essas aspectos mais racionais, a máquina de escrever tem uma magia que realmente me encanta. é a coisa do papel. da tinta sair no papel na hora. de você ter um contato físico com o que produz. você digita e já está ali. na sua mão. é o seu texto, pronto pra ser lido por qualquer pessoa. tenho certeza que a relação com a obra acaba sendo muito, mas muito maior.
tudo bem, as mais antigas são duronas pra teclar e tal. e além do mais, eu, antigo usuário, com 12 anos de computadores de todos os tipos, não iria conseguir migrar para uma olivetona mecânica daquelas clássicas. mas uma elétrica já é mais levinha, não faz mal nenhum as mãos nem ao resto.
portanto, se algum dos meus 4 leitores quiser fazer uma doação de máquina de escrever elétrica em bom estado, é só mandar um comment.
agora tenho que procurar no mercado livre.
