sexta-feira, agosto 26, 2005

o garçom e o propagandista

"- Boa noite, senhor, querque lhe traga o menu?

- Não, meu jovem, muito obrigado.

- Já sei! Está esperando alguém. É um encontro...

- Encontro nenhum. O que acontece é que já sei o que pedir

- Ahhh... Então é freguês da casa... Já conhece nossos pratos...

- Na verdade nunca vim aqui. Mas já sei o que pedir.

- Algum prato indicado por um amigo?

- Negativo. Eu quero o que janto todos os dias.

- Olha senhor... Se estiver fora do menu, pode ser um pouco mais caro... Tenho que verificar a disponibilidade com o cozinheiro... Mas prometo que farei de tudo pra conseguir...

- Ok, ok....

- E então, o que vai ser? Que tal começar com uma sopinha? Temos um creme de aspargos fantástico...

- Muito obrigado, jovem, mas o que quero é um prato branco de porcelana, brilhando, tem que estar brilhando muito mesmo, com 5 comprimidos de Prozac moídos com mel."


O conspícuo leitor acredita mesmo que eu possa ser o "cliente" do restaurante da historinha acima?

Então porque, usando o computador de um amigo, descobri esse comment no meu blog?

"Reading your blog and I figured you'd be interested in advancing your life a bit, call us at 1-206-339-5106. No tests, books or exams, easiest way to get a Bachelors, Masters, MBA, Doctorate or Ph.D in almost any field.Totally confidential, open 24 hours a day.Hope to hear from you soon!"

Quem será que foi o jumento que pensou que eu estaria suficientemente deprimido pra aceitar este tipo de oferta?

Não entendi.

Ou será que foi alguém muito esperto, que quis me dar uma sacaneada, colando um texto de spam?

Também não entendi.

Será que foi um ato de protesto, de alguém revoltando com a inconstância deste não-espaço, que beira o abandono?

Mais uma vez, não entendi.

Será que eu não tenho nada mais interessante pra pensar?

Não tenho. Não estou em casa. Melhor ir dormir.