O elo perdido
Tenho certeza que a declaração a seguir deixará o conspícuo leitor completamente chocado:
O senhor da foto ao lado é meu tio.
Ou pelo menos tem 61% de chances de ser verdade.
A conclusão foi feita pelo site http://myheritage.com/, que presta um serviço de reconhecimento de parentesco a partir das feições. Como uma forma de teste, o site oferece uma simulação, feita com uma base de dados de rostos de celebridades e personalidades históricas.
Depois de tamanha revelação, não tive outra alternativa, a não ser buscar algumas respostas.
Acabei descobrindo que Paul Dirac, o físico inglês da foto, foi o principal estudioso (e praticamente inventor) da física quântica. A partir deste momento, já não me desagradava mais a idéia de ter tantas chances de ser parente do cara, já que ele não era apenas um ator feio, provavelmente de comédia, da década de 30, como pensei ao ver a foto.
Descobri um pouco sobre sua obra, e admito que fiquei até um pouco curioso para ler “Quantum Theory of the Electron” ou mesmo “The Principles of Quantum Mechanics”, clássicos deste gênio, sempre ignorado por minhas visitas à livraria.
O que me fez mudar de idéia foi um link com uma matéria sobre a “mania pela precisão de linguagem”, de que sofria Paul Dirac.
Pois é, conspícuo leitor. O homem não era apenas um gênio, mas também um chato de galocha, que adorava deixar as pessoas em situações desconfortáveis, perguntando porque fulano tinha usado aquele verbo, ou o que queria dizer com determinada palavra ou expressão.
Agora a questão não era mais apenas semelhança física, mas também psicológica. Perceba a semelhança neste trecho:
“Uma das mais famosas: Dirac tinha acabado de dar uma palestra em um congresso de Física e o moderador perguntou se alguém tinha alguma pergunta. Um dos presentes levantou-se e disse, apontando o quadro negro: "Não compreendi como o Prof. Dirac deduziu aquela equação". Seguiu-se um silêncio de vários minutos, até que o moderador tentou quebrar o constrangimento da situação e perguntou se Dirac ia responder à pergunta que fora feita. Dirac replicou: "Ele não fez uma pergunta; fez uma declaração”.
Dizem que o sarcasmo e comportamentos incompreensíveis também eram ferramentas constantes deste meu saudoso antepassado. Note no parágrafo abaixo:
“Dirac e Pauli estavam viajando juntos de trem e já fazia mais de uma hora que nenhum dos dois dizia nada. Pauli, querendo começar uma conversa para passar o tempo, apontou para um rebanho de ovelhas e disse: "Parece que essas ovelhas foram tosquiadas recentemente". Dirac deu uma olhada e respondeu: "Pelo menos desse lado".
Ou nesta passagem:
“Certa vez, em um jantar de cerimônia, o vizinho de Dirac na mesa, querendo puxar conversa, comentou:"Hoje está ventando muito". Dirac levantou-se, foi até à porta, olhou para fora, voltou à sua cadeira e disse apenas: "Sim".”
Nada demais. Mas (por isso mesmo) pra mim, ainda é coisa de gênio.
Deus salve o MyHeritage.com, que me apresentou a este galho da árvore Vouzella-Dirac...
4 Comments:
E o Alec Baldwin!?
Gente, esse homem é seu pai. Igual.
Tenho pena dos que conviveram com ele em sua época.... ;P
Mas veja só, vc até deu sorte. Eu, por exemplo, terei q me conformar em ser parente de Nana Mouskouri (humn?)... E de Madonna, de Shakira, de Camila Parker-Bowles (Deus q me livre!).
Se eu soubesse a senha do meu blog, postaria nesse momento.
bjo
fernanda
Rapaz, eu fiquei felizão!!!
Sou um corredor NEGÃO mega foda!!! hehehehehe
Sempre soube que eu era negão...
porra. atualiza essa caralha aqui!!! heheehe. é um dos poucos blogs que eu tenho pra ler.
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