domingo, outubro 17, 2004

pais e filhos

Botei esse título só pra ver se algum babaca se fode procurando "Pais e Filhos" no Google e acha isso aqui hehehe. Legião é o caralho!

audição do momento:

SEAN LENNON - Into the Sun



Nada mais natural pra alguém que é filho de uma figura de alcance mundial, que cague para o que os outros pensam e fique à toa para sempre, só comendo a grana e a fama que o pai construiu. Eu mesmo tenho vontade de fazer isso. Quem não tem??

Alguns aproveitam melhor a fama, usando o nome da família para se tornar também famoso no universo pop, tendo méritos ou não (Liv Tyler?, Maria Rita?). Outros conseguem, com atos não-convencionais, causar um rebuliço (eu escrevi isso mesmo??? hehehe) e fazer as pessoas acharem que estão manchando o nome da família (Príncipe Charles, Paris Hilton, etc), o que, na verdade, não acontece, já que essa gente é inabalável.

Por outro lado tem gente que consegue ser muito foda.

É um grupo pequeno que, não satisfeito em tentar trabalhar e mostrar que tem cérebro e alma pra fazer algo decente, faz BEM PRA CARALHO e, ainda por cima, faz na mesma área que o parente super-fodão.

O raciocínio é simples. É convencionado mundialmente que JOHN LENNON é Deus. Ninguém no século XX foi mais importante na música pop do que o cara. Por que então, esse sujeitinho da foto acima resolveu fazer música??? Eu não sei. O cara é muito doido. Mas é muito, muito foda.

Sean é mais Radiohead que o Radiohead, mais U2 que o Bono e mais um-monte-de-coisa do que um-monte-de-coisa, e por um motivo muito simples: todos de 1970 pra frente copiaram o pai dele de algum modo. Pode até parecer fácil, afinal, o cara ouvia o pai tocando violão/piano quase todo dia. Mas vai lá fazer no lugar dele pra ver se é mole, vai...

Apesar da paternidade, o japonequinho tá me convencendo que é bem melhor que o pai (eu sempre preferi o Paul mesmo), até porque, como já disse, ele vai muito além dos filhinhos de mega-estrelas que se limitam a imitar papai/mamãe (no Brasil tem um monte, Maria Rita, Simoninha, aquele filho do Djavan, etc..). O som do Sean é algo impressionante. Absolutamente original, inclusive sendo, surpreendentemente, mais brasileiro que os filhinhos-de-daddy citados acima.
Vale a pena. Tem no Soulseek.


PS. Depois eu conto como foi o NDN. Mas foi inesquecível. Apenas fãs

PS II. Quanto ao comentário do Henrique, esclareço que, antes de mais nada, o NDN não é, como se pensa, uma banda dos anos 80, mas sim dos 90. No mainstream, é a banda brasileira mais próxima do rock britânico e, já tinha feito, na década passada, com sotaque gaúcho, tudo que o Skank resolveu fazer agora com sotaque mineiro. E as composições parecem muito com a Columbia também (letras e melodias, harmonias ainda não, infelizmente). Recomendo audições dos discos abaixo:

Paz e Amor - 1998 (FUNDAMENTAL)
Mundo Diablo - 1996
Onde você estava em 1993? - 2000
Histórias Reais, Seres Imaginários - 2001
Acústico ao Vivo - 1994 (Primeiro disco com a assinatura "acústico" no mercado brasileiro de música)
Acústico II - 2003/2004

PS III - Ainda sobre o NDN, foi a único banda de rock brasileira a ganhar um VMA. Isso mesmo VMA. Foi em 92 com o clipe de "Ao Meu Redor", na época em que o grande ganhador do VMB concorria a uma categoria internacional na MTV americana. Nessa época eram pessoas com noção que escolhiam o vencedor do VMB, e não uma votação ridícula na Internet, como a que tirou o prêmio de Direção de Arte do clip do Skank este ano.

www.nenhumdenos.com.br